
Fobias e medo em excesso
O significado de fobia
A fobia, na psicologia, se trata de um transtorno de ansiedade e está classificado como transtorno fóbico-ansioso no CID 10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde). A condição já atinge cerca de 20% da população mundial, segundo o Instituto Nacional de Saúde americano.
Segundo o Manual MSD, “as fobias específicas são o tipo mais comum de transtorno de ansiedade. As pessoas que têm uma fobia específica evitam as situações ou os objetos específicos que desencadeiam sua ansiedade ou medo, ou os suportam sob intensa angústia, o que algumas vezes resulta em ataque de pânico. No entanto, reconhecem que sua ansiedade é excessiva e, por essa razão, estão conscientes de que têm um problema”.


É Fobia social ou timidez? Entenda mais sobre a sociofobia
O transtorno de ansiedade social, também chamado de fobia social ou sociofobia, é o medo irracional de ser julgado, analisado e rejeitado em situações de interação social. A pessoa com fobia social sente irritabilidade e angústia a ponto de não conseguir lidar com elas e isso afetar a sua vida.
Existem níveis de sociofobia. A fobia social leve, ou ansiedade social circunscrita, é caracterizada pelo medo e ansiedade quando a realização das tarefas se dá ao redor de pessoas, como falar em público, apresentar seminários e projetos ou fechar contratos, por exemplo.
Já a fobia social grave, ou fobia social generalizada, se dá quando o quadro de ansiedade social piora e o indivíduo não consegue realizar contatos interpessoais simples, como ir a eventos e festas, conversar com estranhos, falar no telefone e lidar com qualquer pessoa que tenha algum tipo de autoridade, como a relação professor- aluno, chefe-funcionário, entre outras. O paciente se sente julgado e entende sempre que seu desempenho será o pior possível.
O limite entre timidez e sociofobia está nas consequências negativas que essa ansiedade gera na vida da pessoa. A timidez e a ansiedade são normais em todo mundo. O que as difere da fobia social são os medos exacerbados que não permitem a evolução, expressão e criação de laços desse indivíduo. A fobia social paralisa.


Fobia social: Sintomas
É preciso ter muito cuidado ao avaliar os sintomas de fobia social e não confundi-los, pois a diferença entre a timidez e ansiedade normal do transtorno de ansiedade social está no nível em que eles dão as caras.
Sintomas psicológicos
ansiedade;
angústia;
medo;
baixa autoestima;
pessimismo;
isolamento.
Sintomas físicos
taquicardia;
sudorese;
falta de ar;
mãos geladas;
dor de barriga;
diarreia;
rubor no rosto;
tonturas.
O diagnóstico só pode ser realizado por um psicólogo ou psiquiatra.
Fobia social: Tratamento
Assim como todos os transtornos de ansiedade, a fobia social não tem cura, pois é uma doença crônica. Mas existem meios de trata-la e diminuir os seus efeitos negativos na vida do paciente.
Como tratar a fobia social? O principal método para controlar a fobia social é através da Psicoterapia. Ela consiste em um tratamento colaborativo entre paciente e psicólogo em que o profissional aplicará suas técnicas e abordagens baseadas no caso que está lidando. Existem várias abordagens de psicoterapia, como a Junguiana/Analítica, Cognitivo-Construtivista, Psicanálise, por exemplo.
Outro tratamento possível para a sociofobia são os medicamentos. Visto que a serotonina, neurotransmissor que controla o humor e o estresse, por exemplo, não trabalhe corretamente em indivíduos com sociofobia, a possibilidade aqui é utilizar antidepressivos para diminuir o excesso de reatividade emocional e ansiedade. Há indícios de que a dopamina, neurotransmissor associado com a busca de prazer e gratificação, também existe em níveis muito baixos em pacientes com sociofobia. Mas a fobia social e medicamentos só podem andar juntas com a prescrição médica.
Os antidepressivos apaziguam os sintomas e efeitos destrutivos do transtorno, mas não ensinam o emocional e psicológico a entenderem o que acontece na mente do paciente. Por isso, o autoconhecimento que a psicoterapia gera é a peça principal para entender como vencer a fobia social e lidar com ela. Além disso, a psicoterapia ensina o paciente a reagir e a responder aos medos que o transtorno gera, criando um indivíduo mais consciente e o preparado para as adversidades de um transtorno tão sério.
Claustrofobia
O significado de claustrofobia, na etimologia, destaca o termo “fobia”, que vem do grego e significa “medo”. A claustrofobia, portanto é o medo, a fobia de lugar fechado.
O medo de estar confinado em um ambiente desconhecido, com muita gente e/ou aparentemente sem saídas é desesperados para quem sofre desse tipo de fobia. As crises de ansiedade na claustrofobia, ou ataques de claustrofobia, podem acontecer nos mais variados ambientes e a partir de diversos gatilhos. O medo de avião, é um exemplo. Mas não o medo do transporte, em si, mas sim de estar confinado nele.


Claustrofobia: sintomas
A fobia paralisa. Ela impede que o indivíduo prossiga com atividades, interferindo diretamente em sua vida. Como o medo de elevador citado anteriormente: a pessoa com fobia não pegará o elevador, e utilizará as escadas. Esse é um dos sinais claros que que algo não está indo bem: a pessoa não dá continuidade a uma atividade pelo medo de enfrentar o objeto e/ou situação causadores da fobia.
Segundo a SIAH (Sociedade InterAmericana de hipnose), esses são alguns dos sintomas de claustrofobia mais comuns:
falta de ar;
sudorese;
taquicardia;
tontura;
desmaios;
náuseas;
tremedeira;
sensação de asfixia;
calor ou calafrios.
“Algumas pessoas relatam, ainda, zumbido no ouvido, formigamento e desorientação. O medo de perder o controle ou desmaiar toma conta, levando a um pavor intenso”, explica a entidade.
Ansiedade, impotência e frustração também podem ser causados pela fobia. Em casos mais graves, a pessoa pode até desenvolver estresse e depressão.
“Esses sintomas devem ser tratados logo porque a tendência deles é atingir várias situações. Imagine uma pessoa que tem uma crise de claustrofobia dentro de um elevador. O elevador é claustrofóbico mesmo, especialmente quando está cheio de gente. Aí alguém que nunca teve crise nenhuma, mas que entra num elevador cheio de gente e que, por alguma razão, começa a ter essa sensação horrível. Essa sensação vai se repetir se não for tratada adequadamente, e não só em elevadores”.
Claustrofobia Vs. Crises de pânico
Como já explicamos lá no início do texto, a claustrofobia é um tipo de transtorno de ansiedade, assim como a Síndrome do Pânico.
Existem diversas maneiras da síndrome do pânico se manifestar, mas geralmente são crises e transtornos de ansiedade inesperadas, no qual o indivíduo possui um desespero e medo intenso. Ele acha que a qualquer minuto algo ruim pode acontecer, mesmo que não exista perigo ou motivo para tais sentimentos.
Ou seja, “a fobia de ambientes fechados pode desencadear uma crise de pânico. Porém, quem sofre com crises de pânico não tem, necessariamente, medo de locais fechados. Os sintomas físicos podem, sim, ser confundidos”, explica a SIAH.
Em um ataque de pânico ou crise de ansiedade, o medo surge repentinamente e, assim, a pessoa começa a sentir fobia desses lugares que engatilharam a crise e passa a evitar esses ambientes. “Isso provoca um sintoma muito semelhante a Síndrome do Pânico: as mãos ficam geladas, o coração dispara,mal estar intenso e a sensação de morte iminente”, explica o médico Drauzio Varella.
Claustrofobia: tratamento
“As técnicas vão desde medicamentos e terapias de relaxamento, até o uso de tecnologias. O procedimento específico para o claustrofóbico chama-se Terapia Cognitiva Comportamental, usada também em outras fobias, fazendo com que o paciente vença o problema gradativamente”
A terapia ensina como controlar a claustrofobia e identifica as causas do transtorno. “A primeira fase passa pelo controle da respiração e pelo relaxamento. Logo depois, o paciente deve aprender a pensar no objeto que causa a fobia, vendo fotos e filmes ou lendo livros, para se acostumar com a presença deste”, relata Antonio Egídio Nardi, professor-adjunto do Instituto de Psiquiatria e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
As novas tecnologias também auxiliam no tratamento da fobia com simulações “ele irá representar a entrada do claustrofóbico em um metrô. Porém, como uma forma de perceber a evolução do tratamento, o aparelho passará a ser comandado pelo próprio paciente, tomando decisões sobre entrar ou sair do metrô, por exemplo”, informa o professor.
Também existem os medicamentos para a claustrofobia, que só devem ser prescritos por médicos especialista. Eles podem ser: inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS), que alivia sintomas de depressão e ansiedade; antidepressivos, que previnem ou aliviam a depressão e regulam o humor e os sedativos, que provocam sonolência, calma e sentidos entorpecidos.
Existem meio de como tratar a claustrofobia e outros tipos de fobia e transtornos de ansiedade. O importante é procurar ajuda o quanto antes para que ela não se torne incapacitante e os sintomas não evoluam.
Agorafobia
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiatra Americana (DSM-IV), a agorafobia é a “ansiedade de estar preso em situações ou lugares dos quais não há nenhuma forma de escapar facilmente se surgirem ansiedade ou pânico. Essas situações ou lugares são com frequência evitados ou suportados com muita angústia”.
Essa fobia específica é caracterizada por comportamentos de esquiva quando “a pessoa se encontra em situações ou locais dos quais seria difícil ou embaraçoso escapar ou mesmo receber socorro se algo de errado acontecesse. Nos casos mais graves, a agorafobia compromete a vida social e profissional dos pacientes”.


As pessoas com os esse tipo de fobia evitam as seguintes situações, segundo o Manual:
Viajar de ônibus ou de avião;
Estar em um espaço aberto, como um estacionamento ou em uma feira livre;
Estar em um espaço fechado, como uma loja ou cinema;
Aguardar em fila no banco ou no supermercado ou estar cercado de uma multidão;
Sentar no meio de um longo corredor de assentos um cinema ou sala de aula;
Estar sozinho fora de casa;
Entre outras.
Aracnofobia
Segundo o DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), existem alguns subtipos de fobia referentes à sua classificação e a aracnofobia se encontra no subtipo animal, ou seja, a fobia que é causada por animais ou insetos. Geralmente tem início na infância.
Aracnofobia é a fobia de aranhas. A pessoa que sofre com esse tipo de fobia tem verdadeiro pavor desse artrópode. Caso deem de cara com uma, seja pessoalmente ou através de imagens, a pessoa começa a sentir sudorese, pulso acelerado, respiração rápida, inquietação, taquicardia e até náusea.
É comum que pessoas com essa fobia evitem ir a locais onde possa existir aranhas, como viajar para o campo ou morar em lugares onde a probabilidade de um desses bichinhos aparecer seja alta.


Acrofobia
Esse é o tipo de fobia em que os indivíduos sentem pavor de lugares altos. Ela acontece quando o indivíduo está em lugares altos, mas que não há risco racional de nada lhe acontecer ou oferecer perigo e, mesmo assim, essas pessoas entram em pânico.
Os acrofóbicos têm extrema dificuldade ou realmente não conseguem entrar em um elevador, morar em prédios altos ou andar de avião. Eles sempre encontram outra alternativa para não enfrentarem esses lugares.
Superar medos não é tarefa fácil. Indivíduos com medo de tudo ou de coisas específicas podem procurar auxílio na terapia. Os especialistas podem analisar as possíveis causas e diminuir os efeitos do medo na vida do paciente, a fim de cortá-los para sempre de sua mente.


“As técnicas vão desde medicamentos e terapias de relaxamento, até o uso de tecnologias. O procedimento específico para o claustrofóbico chama-se Terapia Cognitiva Comportamental, usada também em outras fobias, fazendo com que o paciente vença o problema gradativamente”
O tratamento medicamentoso é possível, mas somente com prescrição médica. Ele envolve o uso de “inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina, drogas antidepressivas e ansiolíticas que regulam as concentrações de neurotransmissores relacionados ao bem-estar e ao estresse no cérebro.
Como qualquer doença, a fobia precisa ser tratada e ser levada a sério. Consulte um psicólogo e não permita que o medo seja protagonista na sua vida.
Nomofobia – O vício em celular pode ser prejudicial!
Para entender melhor, vamos relembrar o que é fobia. Na psicologia, ela é um transtorno de ansiedade classificado como transtorno fóbico-ansioso no CID 10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde). A condição já atinge cerca de 20% da população mundial, segundo o Instituto Nacional de Saúde americano.
Existem diversos tipos de fobias, “As fobias específicas são o tipo mais comum de transtorno de ansiedade. As pessoas que têm uma fobia específica evitam as situações ou os objetos específicos que desencadeiam sua ansiedade ou medo, ou os suportam sob intensa angústia, o que algumas vezes resulta em ataque de pânico. No entanto, reconhecem que sua ansiedade é excessiva e, por essa razão, estão conscientes de que têm um problema”
“Pessoas fóbicas sentem tanto medo que evitam determinadas situações, pessoas e lugares para não se expor ao perigo. Quando expostos ao objeto causador da fobia, esses indivíduos apresentam uma série de sintomas físicos: falta de ar, taquicardia, tremedeira e ataques de pânico“, Trazendo o conceito para a nomofobia, entende-se que a situação se aplica quando o indivíduo não está com o celular nas mãos ou por perto e sente-se irritado, angustiado e ansioso.


Conforme o mundo muda e as tecnologias avançam, toda a estrutura social, física e psicológica também é alterada, de modo que novos transtornos, como a nomofobia, ganhem espaço. Muita gente ainda não está familiarizado com a nomofobia e o seu significado. Com base na língua inglesa, esse transtorno é uma abreviação, do inglês, para no-mobile-phone phobia, e podemos compreender que a nomofobia é o medo irracional de estar sem o aparelho celular, de modo que sintomas físicos e psicológicos apareçam e tirem o indivíduo de seu estado normal com a ausência de seu vício.
O que é nomofobia?
Quando se fala em vício, a primeira coisa que vem à cabeça é o álcool e as drogas. Porém, o que muita gente esquece é que o vício não se limita somente a isso, mas à uma série de fatores que fazem desse problema muito mais profundo. A palavra vício, no dicionário Aurélio, significa: Tornar mau, pior, corrompido ou estragado; alterar para enganar; corromper-se, perverter-se, depravar-se. Já para a Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma doença física e psicoemocional.
A psicologia vai mais à fundo e investiga não só as consequências, mas também as motivações, origens e características do vício e de seus dependentes. A área também entende o vício como um mecanismo de fuga emocional que visa a obtenção de prazer e extinção da dor.
Vício em celular
O limite entre um hábito e o vício está nas consequências que eles causam na vida da pessoa. O vício afasta o indivíduo de sua essência e faz com que foque mais na obtenção do prazer através da dependência do que na vida que antes levava, nem que isso signifique se afastar de amigos e familiares, mentir, se prejudicar no trabalho e mudar completamente o curso de suas ações, objetivos e sonhos.
Ou seja, no caso da nomofobia, o vício no celular pode:
Fazer com que o indivíduo perca o interesse por outras atividades;
Isolar do convívio social;
Prejudicar o rendimento no trabalho;
Causar irritabilidade, angústia e raiva na ausência do celular;
Causar transtornos psicológicos;
Entre outros.
A Universidade Estadual de São Francisco, na Califórnia (EUA), realizou um estudo no qual se constatou que o vício em smartphones forma conexões neurológicas parecidas com as de viciados em opiáceos. O vício em internet e em redes sociais assusta. A empresa de marketing Digital Clarity fez um levantamento em que 16% admitem gastar mas de 15 horas por dia na internet.
O que caracteriza um vício?
Nomofóbicos assumidos, ou não, devem procurar ajuda, afinal, a nomofobia se trata de um transtorno que precisa ser acompanhado e tratado. Ficar sem celular pode desencadear diversas sensações prejudiciais tanto para o paciente quanto para aqueles que o cercam. O caminho mais recomendado para o tratamento de nomofobia é o acompanhamento psicológico, pois o profissional, além de investigar as origens do problema, também irá traçar técnicas para que a dependência emocional termine. Essa dependência emocional é atrelada ao que o indivíduo sente quando consome a fonte de seu vício. Alguns alegam sentir-se mais confiantes, interessantes e sociáveis quando em contato com o álcool, drogas, etc.
É preciso desassociar a ideia positiva que o vício traz, e para isso, o psicólogo usará de muitos métodos para conseguir atingir esse objetivo. Além disso, irá tratar os efeitos causados pela dependência, como a depressão, ansiedade, baixa autoestima, dentre outras consequências psicológicas que o vício acarreta.